O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou em discurso ao Congresso que recebeu uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual Zelensky expressa que a Ucrânia está “pronta para vir à mesa de negociações o mais rápido possível para trazer uma paz duradoura mais perto”.
O republicano afirmou ainda que aprecia o envio da carta, que ocorre poucos dias após um desentendimento entre os dois presidentes na Casa Branca.
Trump também mencionou que os EUA tiveram discussões sérias com a Rússia e receberam sinais de que “eles estão prontos para a paz”. Não houve resposta do governo russo a essas declarações.
Em uma publicação, Zelensky enfatizou que ninguém quer a paz mais do que os ucranianos e pontuou que está pronto “para trabalhar sob a forte liderança do presidente Trump” para alcançar uma paz duradoura.
Ele ainda ressaltou que a Ucrânia está pronta para assinar acordos de exploração de minerais e sobre segurança com os EUA a “qualquer momento e em qualquer formato conveniente”.
A assinatura do entendimento sobre exploração de minerais deveria ter acontecido, mas a reunião entre Trump e Zelensky se tornou uma discussão na frente da imprensa no Salão Oval da Casa Branca.
Após o confronto, Zelensky foi convidado a sair da Casa Branca mais cedo, sem assinar o acordo.
Referindo-se ao caso na publicação, o presidente ucraniano afirmou que é “lamentável” que a reunião “não tenha ocorrido como deveria”, mas disse que agora é “hora de consertar as coisas”, comentando que espera que a cooperação e a comunicação futuras possam ser construtivas.
Questionado sobre como o governo russo vê o envio da carta de Zelensky para Trump, o porta-voz Dmitry Peskov respondeu: “Positivamente”.
Mas ele acrescentou: “A questão é com quem sentar [para negociar]. Por enquanto, o presidente ucraniano ainda está legalmente proibido de negociar com o lado russo. Então, no geral, a abordagem é positiva, mas as nuances ainda não mudaram”.
Peskov se referiu a um decreto de Zelensky de 2022 que descartou negociações com o presidente Vladimir Putin. Além disso, a Rússia alega ilegitimidade do presidente e que ele deveria ter realizado eleições quando seu mandato expirou, no ano passado.