A XP divulgou seu relatório mensal sobre a economia brasileira, destacando uma melhora nos mercados financeiros, porém alertando para a persistência de fundamentos macroeconômicos frágeis. Rodolfo Margato, economista da XP, compartilhou detalhes sobre essa avaliação.
De acordo com Margato, o cenário internacional continua apresentando riscos significativos para a economia brasileira e para os mercados emergentes em geral.
O economista atribui parte da recente depreciação do real em relação ao dólar à maior aversão global ao risco. A XP ajustou sua projeção da taxa de câmbio para R$ 6 por dólar, considerando os riscos tanto no cenário externo quanto no ambiente doméstico.
No cenário local, Margato aponta para incertezas relacionadas ao processo de consolidação fiscal, incluindo a aprovação do orçamento público de 2025 e medidas governamentais que podem gerar estímulos adicionais à atividade econômica, mantendo pressões inflacionárias.
Inflação e política monetária
A XP projeta uma inflação de 6% para 2025, significativamente acima da meta estabelecida. Margato destaca que o controle da inflação é o maior desafio de curto prazo para a economia brasileira.
Em resposta, o Banco Central (BC) tem adotado uma postura mais rígida, com expectativas de continuidade nas altas da taxa Selic nos próximos meses.
O economista ressalta que 2025 pode ser um ano de reequilíbrio, com uma possível desaceleração da atividade econômica no curto prazo, mas também sinalizando uma potencial acomodação na inflação para posterior queda.