O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, declarou nesta quarta-feira (5) que o povo da Groenlândia determinará seu próprio futuro e não deseja ser dinamarquês nem americano.
Egede fez seus comentários em resposta ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que na terça-feira (4) reiterou seu desejo de adquirir a Groenlândia, atualmente um território semiautônomo do reino da Dinamarca.
“Não queremos ser americanos, nem dinamarqueses, somos Kalaallit (groenlandeses). Os americanos e seu líder devem entender isso”, escreveu Egede em uma publicação no Facebook. “Não estamos à venda e não podemos ser tomados. Nosso futuro é determinado por nós na Groenlândia”, acrescentou.
O governo da Groenlândia está atualmente em um período de transição que antecede uma eleição marcada para 11 de março. A campanha é centrada principalmente nas aspirações de independência da ilha à luz do interesse de Trump.
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca disse anteriormente nesta quarta-feira que era significativo que Trump tivesse reconhecido o direito da Groenlândia à autodeterminação em seu discurso ao Congresso.
Pesquisas de opinião sugerem que a maioria dos groenlandeses se opõe à união aos Estados Unidos, embora a maioria seja a favor de uma eventual independência da Dinamarca. O governo dinamarquês afirmou que a ilha do Ártico deve decidir seu próprio futuro e não está à venda.
“[Trump] disse que [eles] respeitam o direito à autodeterminação da Groenlândia, e acho que essa foi a parte mais importante desse discurso”, disse o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, em uma entrevista coletiva em Helsinque na quarta-feira.