Não há previsão legal para ampliar prazo de defesa de Bolsonaro, diz Gonet

Não há previsão legal para ampliar prazo de defesa de Bolsonaro, diz Gonet

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concordou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que não há previsão legal no pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ampliar o tempo de resposta à denúncia sobre a possível participação de Bolsonaro no plano para dar um golpe de Estado.

O ex-presidente é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi apontado pelo seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid como um dos líderes da suposta organização golpista.

“Inexiste previsão legal para prorrogação de prazo que vise a apresentação de resposta preliminar”, pontuou Gonet. O prazo de resposta dos advogados de Bolsonaro vai até esta quinta-feira (6).

“O recurso, por conseguinte, não comporta conhecimento, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal”, escreveu o procurador.

A defesa de Bolsonaro pleiteava 83 dias para se manifestar ao STF sobre o caso, com a justificativa de que esse foi o tempo utilizado pela PGR para montar a denúncia.

Os requerimentos foram negados duas vezes por Moraes. Além disso, os advogados alegaram não ter acesso a todos os documentos necessários.

Moraes, no entanto, ressaltou existir “integral acesso aos autos e ao sistema” e aos elementos de prova disponíveis.

Segundo o procurador, Bolsonaro cometeu os seguintes crimes:

Organização criminosa armada

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Golpe de Estado

Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para à vítima

Deterioração de patrimônio tombado

Apesar do prazo de manifestação de Bolsonaro se encerrar na quinta-feira, alguns denunciados têm até sexta-feira (7) para dar resposta.

Não é uma ampliação de tempo, mas uma questão de quando o denunciado recebeu a intimação. No caso de Bolsonaro, isso ocorreu em 19 de fevereiro.

Para o ex-ministro Walter Braga Netto, por exemplo, a intimação foi feita no dia seguinte, em 20 de fevereiro. Dessa forma, ele pode responder até sexta.

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