As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a terça-feira (11) com uma queda notável no Brasil. Investidores reajustaram suas posições após a aversão ao risco observada no dia anterior, em um contexto de preocupações relacionadas à desaceleração da economia dos Estados Unidos e à disputa tarifária envolvendo o país e outras nações.
Ao final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2026, um dos contratos mais líquidos no curto prazo, situava-se em 14,71%, em comparação com o ajuste de 14,791% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 registrava 14,53%, frente ao ajuste de 14,701%.
Entre os contratos de prazo mais longo, a taxa para janeiro de 2031 atingiu 14,59%, representando uma queda de 23 pontos-base em relação aos 14,82% do ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2033 apresentou uma taxa de 14,59%, em comparação com 14,81%.
Enquanto os investidores aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro na quarta-feira (12), a sessão desta terça-feira foi caracterizada por ajustes de baixa nas taxas, revertendo o forte avanço do dia anterior.
“Houve fuga do risco ontem, e hoje ocorre uma correção, já que o cenário aponta para uma desaceleração mais acentuada, o que sugere juros mais baixos globalmente“, explicou Flavio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, ao justificar a retração das taxas dos DIs. “O câmbio e os juros estão se recuperando bem, diferentemente do mercado de ações.“
Às 12h54, a taxa do DI para janeiro de 2033, um dos contratos mais líquidos na extremidade longa da curva, atingiu a mínima de 14,55%, com uma redução de 26 pontos-base em relação ao ajuste da véspera.
No cenário internacional, as preocupações em torno da guerra tarifária e seus impactos na economia dos EUA continuaram a influenciar as negociações. Ao contrário da segunda-feira (10), quando os investidores buscaram a segurança dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries), o que reduziu os rendimentos, nesta terça-feira o movimento se inverteu e os rendimentos aumentaram, refletindo uma menor aversão ao risco.