A cantora Daniela Mercury, 59, declarou que o desentendimento com o cantor Tony Salles, 44, da banda Parangolé, durante uma apresentação em trio elétrico em Salvador, envolveu questões de gênero e sexualidade.
“Me impor diante de situações como essa é considerado exagero apenas porque sou mulher e LGBT+. Foi violento o que ele fez. Não sei se ele faria o mesmo com Bell Marques”, afirmou a artista.
Em entrevista ao portal UOL nesta segunda-feira (10), Daniela lamentou que a polêmica tenha atraído mais atenção para seu Carnaval do que suas apresentações.
“A violência contra as mulheres é tão naturalizada e banalizada que, mesmo eu tendo total razão, é fácil encontrar um artifício para culpar a vítima e diminuir a importância do fato”, relatou a cantora.
Ela também destacou a importância de sua esposa, a jornalista Malu Verçosa, ao explicar o ocorrido nas mídias, evitando que a culpa pela confusão recaísse sobre Daniela Mercury.
O desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles começou quando ambos se apresentavam no Circuito Barra Ondina na madrugada da última terça-feira (4), e seus trios ficaram muito próximos, causando confusão sonora no local.
A cantora interrompeu sua apresentação para comentar a proximidade dos trios.
“Tony colou aqui, aí ficam dois trios tocando, é uma loucura isso. Coisa feia encostar na gente assim, viu, Tony? Carnaval não pode ser assim, não. Respeite que eu não sou moleque, rapaz!”
Em resposta, o artista pediu respeito: “Estamos um pouco corridos hoje, eu peço mil desculpas a vocês. Atrasou muito a saída lá e vocês precisam dessa explicação. O trio precisa andar, foi feito para andar. A gente precisa ser respeitado”.
Ele acrescentou: “Não é porque sou de uma banda de pagode, que sou periférico, que sou suburbano, que vão querer me desrespeitar, não.”