Segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico do Ministério das Cidades, somente 1,82% dos resíduos recicláveis secos e orgânicos são recuperados no Brasil — ou seja, são reinseridos na indústria.
Os dados foram coletados em 2023 e analisados no ano passado pela pesquisa.
Esse cenário gera uma perda social e econômica ao país, já que um avanço na economia circular poderia injetar R$ 11 bilhões por ano, com a utilização dos materiais não aterrados, e gerar cerca de 240 mil novos empregos até 2040, segundo Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar.
E as indústrias também perdem a possibilidade de utilizar esse material processado, de alta qualidade, ao invés de explorar novas jazidas, minas e outras fontes de recursos naturais.
Contudo, a estruturação da cadeia de reciclagem brasileira tem passado por diversos desafios. Em entrevista, Tello destacou que uma das principais barreiras é a modelagem das embalagens dos produtos.
“Cada vez que a gente coloca cor em uma garrafa PET, a gente diminui a possibilidade dela ser reciclada e dificulta, também pelo volume, a sua recuperação. Então, se a gente só tivesse PET transparente, seria muito mais fácil, muito mais rápido e muito mais efetivo para promover a reciclagem”, pontua.