O dólar à vista recuava nesta segunda-feira (17), com os investidores acompanhando os ganhos de moedas emergentes no exterior e digerindo dados fortes para a atividade econômica no Brasil, enquanto o foco permanece sobre os planos tarifários dos Estados Unidos e reuniões de bancos centrais ao redor do mundo.
Às 12h53, o dólar à vista caía 0,92%, a R$ 5,6858 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,31%, a 130.643,79 pontos.
Na sexta-feira (14), o dólar à vista fechou o dia com baixa de 0,90%, a R$ 5,7451
“O Ibovespa segue indefinido no curto prazo, mas a um passo de retomar a trajetória altista”, afirmaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista.
“Se conseguir ultrapassar…129.600 pontos, retomará a trajetória de alta e abrirá caminho para seguir em direção a 132.300 e 137.469 pontos”, afirmaram, citando que, do lado da baixa, encontra suportes em 125.300 e 122.000 pontos.
Da agenda macro, o IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, cresceu 0,9% em janeiro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado, acima de expectativas no mercado (+0,2%).
“O IBC-Br corrobora a nossa expectativa de que a economia brasileira passará por um processo de ajuste gradual”, afirmaram economistas da Genial Investimentos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta semana para sua decisão de juros, com ampla expectativa de que as autoridades aumentem a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, na quarta-feira, como já sinalizado pela autarquia anteriormente.
Mais cedo, o BC mostrou que analistas consultados em sua pesquisa Focus reduziram as medianas de suas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano e no próximo, com a expectativa em relação à expansão de 2025 caindo abaixo da marca de 2%.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o PIB do país agora é de avanço de 1,99% ao fim deste ano, de alta de 2,01% na pesquisa anterior.
Para 2026, a projeção para a expansão da economia foi a 1,60%, ante 1,70% há uma semana.
O Federal Reserve também divulgará sua decisão de política monetária na quarta-feira, e a projeção de operadores é de manutenção dos juros no nível atual, com o foco nas novas projeções econômicas das autoridades.
No exterior, Wall Street tinha um viés positivo, com o S&P 500 subindo 0,48%, enquanto agentes continuam contrabalançando dados econômicos com a nova política comercial dos Estados Unidos.
A sessão desta segunda-feira marcava mais um dia de apetite por risco nos mercados de câmbio ao redor do mundo, com os agentes financeiros em busca de moedas de países emergentes, como o real, o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano.
O movimento era impulsionado por uma forte alta nos preços do petróleo nesta segunda — o que favorece países emergentes –, conforme crescem temores de confronto entre os EUA e houthis do Iêmen no Mar Vermelho após comentários do secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth.
Hegseth disse no fim de semana que o país continuará atacando os houthis até que eles encerrem seus ataques contra embarcações, gerando preocupação de distúrbios no transporte de petróleo no Oriente Médio.
Ainda na frente geopolítica, novas notícias sobre as discussões pelo fim da guerra na Ucrânia aumentavam o apetite por risco, com os EUA e a Rússia confirmando que os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin conversarão por telefone sobre o conflito na terça-feira.
Havia ainda otimismo sobre mais estímulos econômicos na China, após o governo chinês anunciar novas medidas para impulsionar o consumo interno no domingo.
“Queda generalizada do dólar hoje, tanto em relação aos pares fortes como os emergentes. Estamos em linha com o exterior… Veio notícia boa da China, que está prevendo estímulos monetários para aquecer a economia. Isso sempre ajuda”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.