A perda de fôlego da prévia da inflação em abril reforça as apostas para uma alta menor dos juros no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), segundo analistas ouvidos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,43% em abril, após ter avançado 0,64% em março, informou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos 12 meses até abril, indicador passou a subir 5,49%, de 5,26% no mês anterior.
Analistas apontam que a desaceleração da prévia da inflação, o IPCA-15, mantém as expectativas de aumento entre 0,50% e 0,25% na Selic, taxa básica de juros da economia brasileira.
A desaceleração na escalada dos juros já foi sinalizada pelo BC no último encontro, realizado em 19 de março, quando os juros foram a 14,25% ao ano.
A próxima reunião do Copom será nos dias 6 e 7 de maio.
Mesmo com a alta menor da prévia da inflação, o sócio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, avalia que a alta da Selic será de 0,50% e que o comunicado do Copom manterá a possibilidade de novas altas, com a chance de manutenção do índice da taxa básica de juros.
“O outro Copom será em meados de junho e haverá tempo de analisar se haverá outra alta ou não”, afirma.
Na leitura de Faria Júnior, o IPCA-15 divulgado nesta sexta-feira veio em linha com o previsto, havendo sinais positivos e pontos de atenção.
O analista destaca que o núcleo da prévia da inflação ainda está acima da média de longo prazo, com a nova rodada de alta dos alimentos, aceleração da inflação dos preços industriais e forte alta do índice de difusão.