A Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) deu início neste domingo (16) à “Caravana dos Povos Indígenas Rumo à COP30”, uma série de encontros com o objetivo de ampliar a participação dos povos originários no debate climático global.
A primeira etapa da iniciativa ocorreu na Aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnotire, no distrito de Castelo de Sonhos, em Altamira, Pará, e foi concluída nesta segunda-feira (17).
A caravana busca sensibilizar, mobilizar e formar lideranças indígenas, promovendo debates e articulações estratégicas para garantir a participação ativa dos povos originários na Conferência da ONU sobre mudanças Climáticas (COP30).
O evento será realizado em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano. Segundo Takagmoro Kaiapó, comunicador indígena, o trabalho das comunidades visa fortalecer o aprendizado.
“A realização da COP aqui no Brasil, no Pará, é importante. Falando de clima e mudanças climáticas, o centro é o Brasil. Nós, povos indígenas, somos os maiores defensores da natureza”, disse.
Durante a caravana, estão sendo promovidas oficinas de produção audiovisual para capacitar jovens indígenas a documentar e divulgar suas realidades.
Takakrua Kaiapó, um dos participantes da oficina, ressaltou a importância do aprendizado:
“Com essa oficina, aprendi a usar as ferramentas certas para mostrar a realidade do nosso povo. Agora, podemos registrar o que acontece em nosso território e levar nossa mensagem ao mundo”, detalhou.
A demarcação de Terras Indígenas é um dos principais temas discutidos na caravana.
Para os povos originários, a proteção de seus territórios é uma das formas mais eficazes de mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Puyr Tembé, secretária da Sepi, destacou a importância da defesa dos territórios indígenas:
“Defender os territórios é defender a vida. Os povos indígenas são os verdadeiros guardiões da floresta e precisam estar no centro das discussões sobre mudanças climáticas.”
O governo do Pará detalhou que a caravana seguirá percorrendo outras comunidades indígenas do Pará.
A ideia é promover mais diálogos e fortalecer a representatividade indígena na luta pela preservação ambiental e contra as mudanças climáticas.