O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, avaliou, nesta segunda-feira (10), as mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos recentes, afirmando que o mundo vive sob a “égide da terceira revolução industrial”.
“Nós vivemos sob a égide da terceira revolução industrial, que é uma revolução ainda em curso. […] Essa é uma revolução que alterou a maneira como nós vivemos, as nossas vidas, a maneira como compramos livros, fazemos pesquisa”, disse durante uma cerimônia de homenagem no Tribunal de Contas do Município de São Paulo, onde recebeu o Colar de Mérito “Prefeito Brigadeiro Faria Lima”.
“Todos nós desenvolvemos, nos últimos tempos, um novo vocabulário que inclui palavras que, até anteontem, a gente não conhecia”, acrescentou, citando o termo “algoritmo” como exemplo.
“Algoritmo, que era uma palavra que até outro dia a gente nunca tinha ouvido falar, vai se tornando o conceito mais importante do nosso tempo”, afirmou Luís Roberto Barroso.
“Dentre essas todas transformações que estão ocorrendo, surge a quarta revolução industrial. Ainda estava em curso a terceira e agora surge a quarta”, pontuou.
Segundo ele, a inteligência artificial é a protagonista do momento atual.
“Há algo de novo debaixo do Sol, que vai transformar de maneira muito profunda as nossas vidas”, disse.
Para Barroso, a inteligência artificial generativa — que é capaz de dialogar com os seres humanos, como o ChatGPT — é o “grande assombro dos últimos tempos”.
“Há quem compare o surgimento da inteligência artificial generativa com o impacto que produziu sobre o mundo a invenção da imprensa, da prensa por tipos móveis”, continuou.
O magistrado afirmou não ser “dessas pessoas que tem essa visão negativa da evolução tecnológica”, mas defendeu a regulamentação dessa tecnologia em conjunto com uma reflexão ética sobre o tema.
“O processo civilizatório, ele existe para que a gente reprima o mal e potencialize o bem, é isso que é a vida civilizada e, portanto, ao lidar com a inteligência artificial é exatamente isso que precisamos fazer, potencializar o que ela permite de bom e, evidentemente, impedir e reprimir o que possa vir como consequência negativa”, afirmou.