A atividade industrial da China contraiu em abril no ritmo mais rápido em 16 meses, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (30), mantendo vivos os apelos por mais estímulos, já que o pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompeu dois meses de recuperação.
A leitura contrasta com a convicção das autoridades chinesas de que a segunda maior economia do mundo está bem posicionada para absorver o choque comercial dos EUA e sugere que a demanda doméstica continua fraca, já que os proprietários de fábricas lutam para encontrar compradores alternativos no exterior.
Os fabricantes vinham adiantando as remessas em antecipação aos impostos, mas a chegada dos impostos pôs fim a essa estratégia – pressionando as autoridades para que finalmente abordem o reequilíbrio da economia.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial da China caiu para 49,0 em abril, contra 50,5 em março, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas, a leitura mais baixa desde dezembro de 2023 e abaixo da expectativa de 49,8 em uma pesquisa da Reuters.
O PMI não manufatureiro, que inclui serviços e construção, caiu de 50,8 para 50,4, mas permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
“A queda acentuada nos PMIs provavelmente superestima o impacto das tarifas devido aos efeitos do sentimento negativo, mas ainda sugere que a economia da China está sob pressão à medida que a demanda externa esfria”, disse Zichun Huang, economista de China na Capital Economics.
“Embora o governo esteja intensificando o apoio fiscal, é improvável que isso compense totalmente o peso, e esperamos que a economia cresça apenas 3,5% este ano.”