A busca por motivação para praticar atividades físicas é um dos maiores desafios para quem deseja sair do sedentarismo. Com o intuito de melhorar esse aspecto, vêm surgindo, cada vez mais, aplicativos de treino que engajam usuários em competições virtuais.
Plataformas como Gymrats e FitNow permitem a competição entre várias pessoas em desafios fitness diários, com pontuações a cada atividade física realizada e rankings dos que mais pontuam.
Apesar de terem viralizado recentemente, será que esses recursos realmente ajudam a combater o sedentarismo? Em entrevista, o cardiologista Roberto Kalil Filho explica se tal competição pode impactar positivamente a saúde e os hábitos de quem busca uma vida mais ativa.
“Qualquer coisa que estimule o exercício e estimule a pessoa a iniciar o exercício é fundamental”, responde o especialista.
Kalil, no entanto, adverte: “Não dá para você ser avaliado apenas em uma plataforma digital e ela determinar o tipo de exercício que você vai fazer. Isso tem que ter muita cautela, dependendo do seu histórico de saúde, da sua idade, você tem que ter orientação específica de um profissional da saúde”, complementa.
O médico ainda exalta o contato social promovido por tais aplicativos, pois podem ser uma coisa benéfica à saúde mental e física.
“Você pode caminhar em grupo, fazer amizades, conversar, isso faz bem”, conclui.
Importância do combate ao sedentarismo
Roberto Kalil ressalta que o sedentarismo ainda é um problema de saúde pública. O exercício ajuda a diminuir o risco de doenças.
“O exercício é fundamental para a sua saúde, uma simples caminhada de 30 minutos, cinco vezes por semana, reduz a incidência de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, que são responsáveis por cerca de vinte milhões de mortes por ano no mundo”, aponta Kalil.
O exercício, segundo o médico, também ajuda a controlar outras doenças, por exemplo, diabetes, obesidade e até depressão.
Cerca de 1,8 bilhão de pessoas, o que equivale a 31% dos adultos no mundo, são sedentárias e não atingiram os níveis recomendados de atividade física em 2022, colocando-as em maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e câncer. Os dados são de um estudo realizado por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e cientistas de instituições parceiras, publicado na revista The Lancet Global Health em 2024.
“E, no caso das doenças cardiovasculares, o hipertenso que caminha, por exemplo, controla melhor a sua pressão, o diabético controla melhor a sua glicemia.”