O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, explicou na noite desta sexta-feira (28) o porquê de a autoridade monetária continuar elevando os juros, num movimento aparentemente antagônico ao interesse da sociedade, que neste momento comemora o crescimento do PIB, a baixa taxa de desemprego e o aumento da renda no País.
Neste contexto ele voltou a comparar a autoridade monetária àquele “cara chato da festa”, que no melhor momento da brincadeira manda baixar o volume do som e reduz o chope para evitar que as coisas passem dos limites.
Galípolo explicou que um dos papéis do BC é garantir o poder de compra da moeda e que a injeção de renda na economia, por mais desejável que seja, pode levar a um nível de inflação que mais à frente vai corroer o poder de compra das pessoas.
“É estranhíssimo, mas o Banco Central é esse sujeito que fica preocupado quando você fala que o emprego está crescendo muito rápido, que a atividade econômica está crescendo muito rápido e que estamos em pleno emprego”, disse o presidente do Banco Central.
Ele acrescentou que para o BC, o crescimento no poder aquisitivo das pessoas “não pode ser a ponto de que a oferta e abundância de dinheiro se desfaça em um processo inflacionário que reduza o poder aquisitivo”.
Arrancando risos da plateia, Galípolo disse que quase sempre o presidente do Banco Central não é um sujeito simpático e que os aplausos que recebera ao ser apresentado pelo reitor da Zumbi dos Palmares, José Vicente, certamente seriam menos efusivos no final de seu mandato.