A Agrishow, a maior feira de máquinas e tecnologia agrícola do país, foi aberta ao público nesta segunda-feira (28) em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Esta é a terceira edição do evento sob o atual mandato de Lula, que mais uma vez destaca a relação conturbada do PT com o agronegócio.
Na abertura reservada a autoridades e expositores no domingo (27), o único representante do governo era o vice-presidente Geraldo Alckmin. A ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chamou a atenção, que alegou problemas de agenda. O presidente Lula viajou a Roma para o funeral do Papa Francisco. Entre os integrantes da comitiva presidencial, estava o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Candidatos à presidência pela oposição também marcaram presença, entre eles, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, aproveitou o evento para anunciar um pacote de crédito específico para o agro paulista. Internado, o ex-presidente Jair Bolsonaro não participará, mas nos últimos anos esteve no centro de um mal-estar entre a Agrishow e o governo Lula.
Em 2023, Fávaro disse que os organizadores pediram que ele comparecesse apenas no segundo dia do evento, já que Bolsonaro estaria na abertura. O Ministro não compareceu. A edição de 2024 teve a abertura reservada para autoridades e expositores, quando o titular da Agricultura atendeu ao convite.
Mesmo assim, Bolsonaro não perdeu a chance de se contrapor ao governo em meio aos ruralistas, realizando uma carreata em Ribeirão Preto. A Agrishow afirma que o evento é apartidário e focado em negócios, com a expectativa de movimentar R$ 15 bilhões neste ano.
Nesta segunda-feira (28), representantes da Frente Parlamentar do Agronegócio aproveitaram a Agrishow para apresentar reivindicações ao governo. Os deputados pedem um Plano Safra de quase R$ 600 bilhões, um volume 25,7% maior do que o ofertado no ano passado.
Eles também querem um aumento de mais de 100% dos subsídios para a equalização de juros, de R$ 25 bilhões. O motivo é a alta da Selic. No ano passado, a taxa estava em 10,5% a.a. e hoje está em 14,25%.
O atraso na aprovação do orçamento de 2025 e a necessidade de equalizar o crédito por causa da alta de juros levaram ao bloqueio de novas contratações do atual plano, o que só foi resolvido depois da edição de medidas provisórias.