A Casa Branca informou que as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos entraram em vigor à meia-noite de quarta-feira (12).
De acordo com o governo americano, as taxas serão aplicadas a todos os países, sem exceções ou isenções.
“Em conformidade com as ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite de 12 de março”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, em comunicado.
O Brasil se destaca como o segundo maior fornecedor de aço e ferro para os EUA, com uma fatia de mercado significativa.
Em 2024, os EUA importaram US$ 4,677 bilhões em produtos brasileiros do setor de “Aço e Ferro”, consolidando o Brasil como o segundo maior fornecedor para o país.
Dados da Administração de Comércio Internacional do governo americano indicam que o aumento do imposto, conforme anunciado, ocorre em um momento de destaque para a indústria siderúrgica brasileira nos EUA.
Em 2024, o Brasil foi responsável por 14,9% de todo o fornecimento de matérias-primas de aço e ferro para os EUA, representando a maior participação já registrada pelo país nesse mercado.
O “código 72“ do sistema harmonizado de mercadorias abrange produtos semimanufaturados de ferro ou aço, além de ferro fundido bruto, que constituem uma parte significativa das exportações siderúrgicas para os EUA.
O Brasil ocupa a segunda posição, atrás apenas do Canadá, que detém 24,2% desse mercado. Em seguida, estão México (10,1%), Coreia do Sul (5,9%) e Alemanha (4,6%).
Embora o Brasil seja um fornecedor relevante de aço e ferro para os EUA, respondendo por cerca de um quinto do mercado, os americanos são ainda mais importantes para os brasileiros.
Dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, indicam que os EUA foram o destino de 47,9% das exportações do grupo de aço e ferro em 2024. Nenhum outro cliente é tão essencial para as siderúrgicas brasileiras quanto os americanos.
A China é o segundo maior comprador do Brasil, mas com uma fatia bem menor, representando 10,7% dos embarques de aço e ferro.
As medidas anunciadas afetam importações anuais que ultrapassam US$ 100 bilhões.
Em 2024, foram US$ 31,3 bilhões em importações de aço e ferro, segmento em que o Brasil é mais afetado, com US$ 4,677 bilhões.
Também foram registrados US$ 49,7 bilhões na compra de partes de aço e ferro. Nesse segmento, a participação do Brasil é mais modesta: 0,6% do total importado pelos EUA, com US$ 306 milhões no ano passado.
As tarifas também afetam outros US$ 27,4 bilhões em partes de alumínio. Nesse segmento, o Brasil também tem uma posição mais modesta, com 1% das importações dos EUA ou US$ 272 milhões em 2024.
