Igor Calvet, o novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assume o cargo com o objetivo de equalizar as condições de importação no setor automotivo brasileiro.
Em entrevista, Calvet enfatizou que sua prioridade é garantir que a entrada e comercialização de automóveis no país ocorram de forma igualitária, independentemente de sua origem.
“Não há qualquer tipo de discriminação da Anfavea por qualquer empresa, independente do capital dela, mas há a necessidade e o desejo de que as empresas que venham ao Brasil não só anunciem investimentos, como também estejam produzindo no país, fortalecendo toda a indústria nacional e gerando empregos aqui”, afirmou.
Um dos principais pedidos da Anfavea é a recomposição da alíquota do imposto de importação, que está zerada há cerca de 10 anos, mas historicamente era de 35%.
Calvet argumenta que essa medida é necessária devido ao cenário global atual, onde vários países estão aumentando suas barreiras tarifárias.
“O mundo de hoje é diferente. Os Estados Unidos erigindo barreiras de mais de 100%, o Canadá 106%, a Índia 75%, países da Europa, a União Europeia como um todo, chegando a tarifas de até 48%, e o Brasil, um mercado também produtor com uma tarifa muito mais baixa”, explicou.
Questionado sobre o futuro da indústria automotiva brasileira em relação à transição energética, Calvet defendeu uma abordagem diversificada.
“Não há só um caminho para descarbonizar. Os elétricos são um caminho importante, mas os biocombustíveis, o etanol, o veículo híbrido também são”, afirmou.
O executivo ressaltou a vantagem competitiva do Brasil na produção de biocombustíveis e a necessidade de aproveitar essa expertise para posicionar o país como um exportador de tecnologia descarbonizante, especialmente com a proximidade da COP30.
Calvet concluiu enfatizando a importância de fortalecer a indústria automotiva local, promovendo investimentos e geração de empregos, enquanto se adapta às mudanças globais do setor e às demandas por sustentabilidade.