O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, declarou nesta sexta-feira (7) que é necessário reduzir o hiato do produto e desacelerar a economia brasileira para levar a inflação em direção à meta de 3% estabelecida pela instituição.
Durante um evento promovido pelo Banco de Portugal em Lisboa, Guillen mencionou que a autoridade monetária avalia o hiato do produto como positivo no Brasil, mas com possibilidade de se tornar negativo em seis trimestres.
O hiato do produto representa a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país e seu PIB potencial, sendo que um hiato positivo pode gerar pressões inflacionárias na economia.
A meta central de inflação estabelecida pelo Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O último dado da inflação oficial, medido pelo IPCA, apontou para uma alta de preços acumulada de 4,56% nos 12 meses até janeiro.
Para trazer a inflação de volta à meta, o Banco Central está implementando um ciclo de elevação da taxa básica Selic, atualmente em 13,25% ao ano.
Em sua apresentação, Guillen destacou que o cenário futuro do Banco Central considera uma desaceleração da atividade econômica no Brasil, o que é visto como parte do “processo de transmissão da política monetária e um elemento necessário para a convergência da inflação à meta”.
Guillen também mencionou que o Banco Central está atualmente em um ciclo de aperto monetário e reafirmou a meta de inflação de 3%, além de expressar o desconforto da instituição com as expectativas de inflação, que permanecem desajustadas.