Os preços do ouro atingiram US$ 3.000 a onça pela primeira vez na história na última sexta-feira (14), impulsionados pela demanda por ativos de refúgio seguro, enquanto os investidores se preocupam com as tarifas e a geopolítica do presidente Donald Trump.
Os preços atingiram o recorde de US$ 3.005 antes de reduzir esses ganhos para pouco menos de US$ 3.000.
Jason Hollands, diretor administrativo da Evelyn Partners, uma gestora de patrimônio do Reino Unido, descreveu o metal amarelo como “o ativo de pânico preferido” e disse que o último aumento nos preços refletiu “a extrema incerteza que o sistema de comércio global enfrenta no momento devido à abordagem errática e agressiva do governo Trump em relação às tarifas e às medidas retaliatórias correspondentes”.
O aumento no preço do ouro está entre vários sinais de que os investidores estão preocupados com as perspectivas econômicas dos Estados Unidos, disse o ex-secretário do Tesouro Larry Summers na sexta-feira.
“É um sinal da quantidade de incerteza que está sendo criada, que em meio a todo o resto, o ativo que está indo bem é o ouro”, disse Summers a Pamela Brown e Wolf Blitzer. “É isso que as pessoas fazem quando não têm confiança nas pessoas que estão administrando o país.”
Na última quarta-feira (12), tarifas de 25% sobre todo o aço e alumínio importados para os Estados Unidos se tornaram as mais recentes taxas do Trump 2.0 a entrar em vigor, desencadeando rápidas contramedidas do Canadá e da União Europeia.
Trump então aumentou enormemente a aposta na quinta-feira (13) ao ameaçar aplicar uma tarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas da União Européia, a menos que a UE revogasse a tarifa de 50% imposta às bebidas destiladas dos EUA no dia anterior.
A política comercial de seu governo também foi marcada por inconstâncias e atrasos, com a incerteza resultante paralisando as empresas, que não têm certeza se devem contratar e investir.